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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Unicamp usa 12 PS3 como Cluster

por Raphael Monteiro - A muito o publico já conhece o poder do processador Cell desenvolvido em parceria entre a Sony, Toshiba e IBM e que equipa como Unidade Central de Processamento o vídeo game PlayStation 3, devido ao seu elevado desempenho em processamento de ponto flutuante (o mesmo usado em clusters) tem se visto várias outras aplicações para o Cell, como modelagem 3d e renderização de imagens virtuais em tempo real. Talvez o mais inusitado tenha sido feito por uma pesquisadora da Unicamp, o que poderia ser uma LAN house dos sonhos, com o console mais caro da história dos videogames, é, na verdade, um laboratório que faz bilhões de cálculos por segundo para entender melhor a interação de anestésicos locais com membranas biológicas.

Os 12 PlayStation 3 estão ligados em rede formando um cluster de processamento rodando uma distribuição do Linux. Segundo a pesquisadora Monica Pickholz eles são mais estáveis que qualquer rede cluster que ja tenha sido feita. Os videogames funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Só pararam uma vez, quando "acabou a força e o gerador não funcionou". Durante todo o tempo, os videogames fazem cálculos para simular dinâmicas de comportamento entre átomos.

A professora Monica, doutora em Física, diz que o projeto de pesquisa financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), comprou cada máquina no Brasil por cerca de R$ 2,58 mil - modelo com disco rígido de 60 GB. Conseguiu um total de 72 processadores, já que, efetivamente, são seis os centros de processamento ativos em cada PS3. O mesmo dinheiro, se aplicado em servidores convencionais, resultaria em apenas 32 processadores e menor poder processamento.

"Ocorre que o hardware do PS3 é barateado por expectativas de volume de vendas e ganhos com softwares (jogos), algo que não acontece no mercado de servidores", diz Martinelli. Ou seja, a Sony pretende lucrar com a venda de jogos, enquanto perde alguns trocados para ver sua base instalada de usuários aumentar. No entanto, o console da Sony não pode executar qualquer função na informática, segundo a pesquisadora. "O PS3 não é a salvação para todos os problemas, tem aplicações bastante específicas". Outros projetos pelo mundo também utilizam o poder de processamento do console com o chip Cell. Até mesmo a Sony se viu obrigada a instalar servidores de PS3 para hospedar as conexões de partidas on-line do jogo "Warhawk", recentemente lançado para o próprio PlayStation 3.

No campo científico, o projeto PS3 Grid vem com o subtítulo "PlayStation 3 a serviço da ciência". A iniciativa pretende reunir voluntários para pesquisas na área de simulação de dinâmicas moleculares. No site, os criadores citam um exemplo de mutirão de videogames dedicados aos cálculos. "Se mil pessoas se unirem nessa cooperativa, teremos uma força computacional equivalente a 16 mil computadores de processador simples", diz o texto de introdução.

Veja mais em

http://www.ps3grid.net/

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